Irmão do campo, iludido
Por esperança, ambição
Com falsas promessas
É arrancado do rincão
Deixa o seio da querência
Terra, campo, a liberdade
Invertida pela promessa
Do viver melhor na cidade
Troca fome por corrente
A ilusão de fartura
Na grande capital doente
É doença que não tem cura
Acorda do que sonhou
Puxando carroça, catando latinha
Vivendo abaixo da linha
Da pobreza que deixou
Começa sonhar com o torrão
Em voltar para sua cidade
Por que lá sua pobreza
Tinha gosto de liberdade
Mas os grilhões da metrópole
São perpétuos, fatais
Qual pássaro trancafiado
Não será solto jamais
(Ricardo Porto)
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