Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
*Coisas da Vida
Até hoje sinto o seu cheiro puro,
Um odor que me atrai
O amor puro e sincero
Que tu tens por mim
Fez com que eu aceitasse
A metamorfose da minha imagem
Um simples toque seu
Aumentou o calor da minha
Luta para viver
Folhas em branco
De minha vida
Ficaram para trás
Hoje,num novo parágrafo
Estou desabrochando
Para um novo amanhã
Mas nunca esquecerei
Da tua imagem
Pois a tua luz
Me guia
Até o topo
Da mais alta montanha
A autora Vanessa Vicente ajudou a fundar o C.E.A. Na atualidade mora em Viamão, mas continua a manter contato com o Clube dos Escritores de Alvorada.
* Este poema foi retirado do livro "Só Para Mulheres" - outono de 2004.
A Solidão
Ao estacionar o carro julgou ver luzes no seu apartamento. Não podia ser, tinha certeza de ter apagado todas. Na escada pensou ouvir a mesma melodia, uma das preferidas na juventude.
Subiu contando os passos, depois acelerou o ritmo, sentindo o som tornar-se mais claro. Do último degrau, avistou o “olho-mágico”, gostaria de poder ver através dele o que se passava no interior do apartamento.
Suas meias deslizaram sobre o assoalho, enquanto recordava dos anos que passaram. Ninguém tivera a coragem de tocar naqueles discos.
Na sacada, as folhas e flores abandonadas. Não tinha costume de regá-las, retirar folhas secas, livrando seus ramos. Não, não tinha este costume. Era somente dela.
Apertou forte as grades da sacada, enquanto olhava a lua, a praça, os carros, as sinaleiras, as luzes da noite em mercúrio. Podia pular, talvez correr no ar e alcançar tudo o que visse, antes de cair na calçada e estatelar-se. Não, por ela, não podia abandonar uma vida em branco.
Encontrou a peça iluminada por várias velas acesas, que contornavam o ambiente. Ao centro, onde deveria estar a mesinha, um círculo com velas vermelhas, ao redor de um pacote, embrulhado em papel preto.
Trocou uma das velas pela caixa e foi até o quarto. A luz voltou, a claridade doeu-lhe os olhos. Ali, em cima do criado-mudo, uma chave minúscula, poderia servir. Voltou à varanda. Vazia, sem velas, sem presente, tudo normal. Exceto a chave na mão, com as iniciais dela, KL. E a sensação de estar precisando dormir.
Anderson Vicente escreve contos, crônicas e poemas. Atualmente, anda se dedicando também à produção de novelas juvenis e infanto-juvenis.
O GRUPO MOSAICO
ANDERSON VICENTE (Industriário e escritor)
A Herança
Ódio
Tenho um grito
preso na garganta
um grito de EU TE ODEIO
de NÃO QUERO MAIS TE VER
um grito de desejo
de dizer a ti
tudo de ruim que existe
mas quando me deparo contigo
e olho nos teus olhos
no teu jeito manso e cativo
mais uma vez me rendo
mantenho preso na garganta
este grito de TE AMO
E ME ODEIO
por não dizer
tudo que sinto por ti.
Mutty ( Sócio-poeta Nº 025)
Coletâneas do C.E.A
* Alvorecendo - Inverno de 2002
* Semeando Pérolas - Inverno de 2003
* Primavera Poética - Primavera de 2003
* Só Para Mulheres - Outono de 2004
* Alvorada Fazendo Arte - VI FEIRA do Livro de Alvorada
Com estas publicações do C.E.A., feitas de maneira cooperativada por integrantes e convidados, o Clube de Escritores totalizou cerca de uma centena e meia de escritores participantes.
Rosa graciosa
Rosana Machado(poetisa e sócia do C.E.A.)