sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
CONCURSO LITERÁRIO
Este é um concurso interessante (e o prêmio também).
Participem. Quem sabe da uma "zebra".
Felicidade a todos.
Se a visualisação estiver difícil, clique no link:
http://www.edicoessm.com.br/backend/public/images/SM%20-%20Regulamento%207BV.jpg
domingo, 24 de outubro de 2010
De volta ao campo de atuação
terça-feira, 19 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
NOVO E-MAIL DO CEA
sábado, 14 de agosto de 2010
O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ é um dos títulos de leitura que fazem parte do acervo do CEA. Escrito por Jorge Amado, é uma bela estória de amor. Narra a estória do amor impossível entre duas espécies distintas: o gato e a andorinha. Enfim uma agradável leitura para todas as idades.
Anderson Vicente, sócio-fundador do Clube dos Escritores de Alvorada.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O CLUBE EM TODOS OS PONTOS
sábado, 1 de maio de 2010
A casa fantasma
A casa está morta?
Não: a casa é um fantasma,
um fantasma que sonha
com a sua porta de pesada aldrava,
com os seus intermináveis corredores
que saíam a explorar no escuro os mistérios da noite
e que as luas, por vezes,
enchiam de um lívido assombro...
Sim!
agora
a casa está sonhando
com o seu pátio de meninos pássaros.
A casa escuta... Meu Deus! a casa está louca, ela não
sabe
que em seu lugar se ergue um monstro de cimento e
[aço:
há sempre uma cidade dentro de outra
e esse eterno desentendido entre o Espaço e o Tempo.
Casa que teimas em existir
a coitadinha da velha casa!
Eu também não consegui nunca afugentar meus
[pássaros.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
DÉJÀ VU
Madrugada de um outono com pretensões de ser primavera.
Abriu cuidadosamente o portão e adentrou no pátio da casa da amada. Sorrateiro, bateu de leve na porta. Ouviu do interior da casa barulho de alguma coisa caindo, uma imprecação murmurada e o miado de um gato. Escutou o girar da chave na fechadura. Ela surgiu à porta, bela e sorridente. Ele deduziu que há pouco havia saído do banho, ainda vestia um roupão; vermelho, aquele que ele tanto gostava. Beijou-a e entrou em seu refúgio de amor.
Ali mesmo na sala, abraçou-a com sofreguidão. Acariciou-a sentindo que seus desejos eram correspondidos, como sempre. Ela replicava suas carícias com a mesma intensidade. Ergueu-a nos braços, carregou seu amor para o quarto. Deixou-a de pé sobre a cama, desamarrou-lhe o cinto do agasalho, deixando-o deslizar lentamente até os pés dela. Deu um passo atrás; por alguns instantes admirou aquele nu modelar. Ela sorriu languidamente, ele tirou as próprias roupas, tomado pela paixão.
Amaram-se unidos pelo mesmo desejo, na ânsia de completarem-se, realizarem-se, até se satisfazerem. Até que o furor carnal deu lugar à tão esperada sensação de paz, de conforto. Permaneceram longo tempo em silêncio, aninhados; um anelado aos braços do outro.
O tempo urgiu; hora da separação. Um banho a dois, carícias, promessas de novo encontro. Saudades antecipadas e previstas.
Ele estava pronto para sair, quando durante o derradeiro beijo de despedida, ouviram leves batidas na porta. Apressado, ele se dirigiu à porta dos fundos, tropeçou em uma cadeira, praguejou baixinho, afastou o bichano do caminho, que saiu miando de perto do apressado amante.
Sem olhar para trás, correu até o muro dos fundos, pulou-o e atravessou o terreno da casa vizinha. Chegou à rua e continuou a caminhada calmamente. Fez a volta no quarteirão. A madrugada se avizinhava, hora de voltar para casa.
Com tranquilidade, abriu o portão, chegou até a porta; procurou nos bolsos, não encontrou as chaves. Bateu de leve. Ouviu, lá dentro, ruído de alguma coisa caindo, alguém sussurrando um palavrão ao mesmo tempo em que escutou um miado.
Ela abriu a porta. Estava linda, devia ter saído há pouco do banho; vestia um roupão vermelho. Aquele que ele tanto gostava.
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(Ricardo Porto)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
O TAL DE CURRICULUM VITAE
Já chorei até cair no sono e acordei sem lembrar nada. Já peguei ônibus errado, pedi desculpas ao cobrador e continuei andando por caminhos desconhecidos. Confundi sentimentos e magoei a mim mesmo. Já despejei caldo de feijão na rapa do arroz e fiquei viciado em comer na panela.
Eu já dei risadas até ficar com cãibras na barriga, já mergulhei até o pulmão quase fugir pela boca. Hoje, aproveito ao máximo o oxigênio que penso ter direito.
Já fiquei eternamente apaixonado várias vezes. Já me senti sozinho no meio da multidão, com saudades daquele nome que escrevi com xixi no muro da escola.
Já fugi de casa quando morava sozinho e voltei para chorar no banheiro. Eu já voei com asas de aço e vi minha cidade lá de cima, mas não consegui encontrar meu lugar. Corri descalço na chuva, roubei uma flor no jardim de uma inimiga e fiz as pazes deitado na grama molhada.
Já apostei que amigos não partiriam e perdi várias lágrimas. Fiz cócegas no meu filho só para ele parar de chorar e discuti com o espelho que teimou que eu estava envelhecendo. Já fiz promessas impagáveis e me queimei com a vela. Durante um banho de chuva sonhei um amor de verão que talvez dure para sempre. Já escrevi poesias sobre solidão durante uma festa de fim-de-ano.
Já estourei bola de chiclete no cabelo da amada e brinquei de mocinho, astronauta e aprendiz de feiticeiro. Passei trote por telefone e me escondi atrás da cortina esquecendo os pés para fora. Já levei choque elétrico e caí da escada com a bunda no chão. Sai caminhando sem rumo e fiquei sem nada na cabeça pensando naquele amor vazio.
Fiquei ouvindo estrelas no telhado da casa da vó e roubei frutas de uma árvore do tamanho dos meus sonhos. Fiquei tentando esquecer algumas pessoas que descobri serem as mais difíceis de esquecer.
Já chorei ouvindo música no elevador lotado e me cortei fazendo a barba, em uma madrugada chuvosa. Já vi o pôr-do-sol alaranjado, cinza e violeta e bebi cachaça no bico do copo de plástico até ficar com a boca falando das histórias que nunca vivi. Já vi a cara da morte meio de perto e agora vivo cada dia como se fosse o melhor.
Quase morri de amor muitas vezes e quase revivi outras para agradecer o sorriso de alguém especial. Vi amigos partindo e encontrei mais alguns novos e agradeci o ir e vir sem razão da vida.
Foram tantas coisas que fiz e fotografei num cantinho da mente reservado para ao dias da minha vida, tantas emoções encostadas na parede do coração, que até faz parecer que a vida vale a pena.
E agora, um formulário quer ditar o meu futuro, me encostando na parede e interrogando em letras garrafais que gritam: — Qual a sua experiência?
Experiência? Será que “plantador de sonhos” é uma boa experiência?
Não, claro que não.
Os questionadores ainda não sabem colher sonhos.
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Esta crônica antiga foi um de meus primeiros trabalhos enviados pela internet. Já foi até plagiada pelo “Autor Desconhecido”.
Ganhou o primeiro lugar no V Concurso Rubem Braga de Crônicas, da Academia Cachoeirense de Letras em 2004.
(Ricardo Porto)
O QUE DIZER?...
Caminhando entre as ruas, fiquei imaginando o que dizer. Como lhe contar?... Com qual palavra começar?... Todas as que vieram em meu pensamento, soaram pequenas e insignificantes para tentar expressar o que eu queria lhe falar. Me disse um dia um amigo, que as palavras correm o risco de mascararem a verdade, e que às vezes não conseguem expressar o sentimento. E isto me perseguia, me martirizava, me corroia por dentro. No dia não quis aceitar, mas hoje, neste momento, tive que ser humilde e concordar plenamente com a sua teoria. Ele estava simplesmente certo, absolutamente correto.
Mas como lhe falar?... Como dizer tudo aquilo que me preenchia o peito, parecendo querer explodir a carne de meu corpo e sair abruptamente para fora. Será que me entenderia?... Será que me faria entender?... O que tinha para lhe contar e que me consumia era de tão importância, que não podia guardar só para mim. Você teria que saber um dia. E era chegada a hora. O momento era este. Tinha que lhe contar o que estava se passando comigo. Não conseguia mais dormir com esta aflição. Você tinha que saber. Após mais alguns passos, vejo que cheguei em frente a sua casa. Meu coração dispara. Como lhe falar?... Como lhe dizer?... De repente, antes mesmo de apertar a campainha, você aparece. Engasgo. Engulo seco. A frase não havia sido ainda formulada em meu cérebro. Não houve tempo suficiente. As palavras fugiram. Descontrolo-me.
Olho em seus olhos e dou-lhe um beijo demorado, ao invés simplesmente de dizer que TE AMO...
(Carlos Melo de Andrade)