sexta-feira, 30 de janeiro de 2009




Para um guardador(a) de Silêncios

A minha valentia
Está assistencialista
Até para com os limpadores
De pista

Não me gabo, mesmo em ser nada
De poucos , mas significativos feitos

Vai com esta tua faca mal amolada
Querendo fazer de encurralada
Qualquer idéia que não bata com a tua

Vê se fere teus pobres pensamentos
E no drama triste do lamento
Severe sábias novelas

Acerta no gozo
E colabora para a fauna do teu pouso

Amanhece outro(a)
Como em dia de pagamento
Sai apagando vento
E nem se despe da vergonha que dormiu

Vai, faz festa pros teus valentes
Que sempre custam a chegar
Vai, faz festa pros teus combatentes
Que foram para as trincheiras sem saber
Que ficariam lá.

Rodrigo Abrahão Gomes ( poeta e sócio do C.E.A.)





quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

VI FEIRA DO LIVRO DE ALVORADA

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS DO LIVRO "ALVORADA FAZENDO ARTE"

ESCRITOR SÉRGIO VIEIRA BRANDÃO(EM PÉ), PATRONO DA FEIRA, PARABENIZANDO O C.E.A.


ESCRITORES PARTICIPANTES DA COLETÂNEA

"ALVORADA FAZENDO ARTE" POSANDO COM O

PATRONO DA FEIRA O ESCRITOR

SÉRGIO VIERIRA BRANDÃO.

Reconhecido pelo Governo Federal

PONTO DE LEITURA

O CLUBE DOS ESCRITORES DE ALVORADA

é reconhecido pelo MINISTÉRIO DA CULTURA

como PONTO DE LEITURA.

Todos são bem vindos.

Ajude-nos a construir nosso blog.

Envie seus trabalhos.

lagrimatatuada@hotmail.com

domingo, 25 de janeiro de 2009

VESTIDO DE NOIVA

Sábado, dezoito horas. Momento ideal para um casamento. O entardecer promete noite escura.
Ela sempre foi muito sonhadora. Seu maior desejo, desde menina, foi casar vestida de noiva. De branco, na Matriz, com flores de laranjeira e tudo. Tudo que teria direito; e faria por merecer.
Demorou um pouco - segundo ela - mas um dia encontrou seu príncipe encantado. Noivado, casamento, cerimônias; tudo marcado conforme manda o figurino.
Hoje, estamos aqui, amigos e parentes, vendo-a com seu vestido branco. O véu lhe envolvendo o corpo, fazendo-a parecer como se flutuasse entre alvas nuvens, e a grinalda coroando seu reinado de perseverança. Está como pretendia: maravilhosa.
Todos admitem: Está linda. Sempre foi bonita, mas nunca esteve tanto quanto parece hoje. Tinha que estar de branco, ela guardou sua inocência para o dia do casamento; queria fazer jus a esse vestido branco. E fez, até hoje conseguiu resistir aos anseios da juventude. Por isso merece usar o símbolo da pureza, que a deixa tão linda; mais do que sonhava ser.
O padre está resmungando aquelas palavras em latim, que ninguém presta atenção, enquanto todos os presentes, sem exceções, olham para ela.
O noivo, com o fraque preto do casamento, mal consegue segurar as lágrimas. A mãe dela não pode, nem tenta.
Muitos lembraram de sua paixão por flores. A capela está forrada com várias qualidades de buquês, a maioria, brancos, sua cor predileta.
Ela ficou realmente muito bonita, com seu vestido de noiva, todo branco. Será assim que lembrarão dela, depois que fecharem seu caixão.
O que ninguém saberá, é que hoje pela manhã, ela perdeu a cabeça - e algo mais - quando fomos naquele motel.

Ricardo Porto (escritor e sócio fundador do C.E.A.)

sábado, 24 de janeiro de 2009



Aonde vai este olhar perdido?


Aonde olhas assim perdido
Na noite fria, sem estrelas?

Contemplas o céu e pede conselhos a lua.
A Lua escondida atrás das nuvens.

Vem e desabafa
O que o coração pede para dizer.

Aonde vai este olhar perdido?
O silêncio também pergunta.

Teus olhos vagueiam. Esses dois pequeninos
Espelhos da alma.

Continuo a indagar sem resposta.
– Aonde vai este olhar perdido?

Não há sinal de vida na noite, nem
Assobio ou pio. Nada!

Sua resposta são lágrimas
Que se esvaem feito sangue

Entendo agora:

Em seu peito há grande ferida
O coração partiu-se

Não há nada que o estanque.


Anderson Vicente (escritor e sócio fundador do C.E.A.)