No meu jardim, plantei uma rosa,
Cuidei, cultivei, aguei todo prosa,
Para mim, era a flor mais linda do mundo,
Tinha orgulho, dedicação e amor profundo.
Das pragas, doenças, enfermidades a protegia,
Doei meu amor, minha vida enquanto crescia.
Tornava-se forte, e pra vida despontava,
Difícil demonstrar o quanto a amava.
Do meu jardim, então começou a caminhar,
Passos vigiados, do jardineiro a chorar,
Sabia que o destino assim a levaria,
Dor, medo, saudade, mas também alegria.
Dever cumprido, da semente agora crescida,
Aprender a dividir minha flor com a vida,
Nos acertos, da sua alegria compartilhar,
Sofrer, e estar ao seu lado quando chorar.
Meu jardim agora está vazio,
Relembro saudoso, os anos a fio,
Dever cumprido, talvez ele esteja,
Sentimento guardado com tristeza.
Jardineiro eu fui, e para sempre serei,
Para o resto da vida, ao seu lado estarei,
Aguardo ansioso, poder te ajudar,
E uma nova flor poder cultivar.
(Carlos Melo de Andrade)